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19 de Abril, 2024

Comemoração do 93º aniversário da ACRBNF

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O enorme salão-auditório da Associação Cultural e Recreativa Banda Nova de Fermentelos tornou-se exíguo para acomodar os mais de 400 convivas que estiveram presentes na comemoração do 93º aniversário da coletividade, no sábado passado. O programa teve início a meio da manhã, com a missa na capela da Senhora da Saúde, a que se seguiu a romagem ao cemitério, a deposição de uma coroa de flores junto ao busto do fundador, Jeremias Pires Brigeiro, e o hastear das bandeiras. Já no interior das instalações, pouco a pouco, os convivas foram-se acomodando e a sala, decorada esplendidamente, ficou composta para as etapas seguintes. Em representação de entidades, marcaram presença membros da Câmara Municipal de Águeda, da Assembleia Municipal, da Junta de Freguesia de Fermentelos, o pároco local, do Conservatório de Música de Águeda, da União de Bandas de Águeda, que, com o presidente da direção, o diretor artístico e o presidente da mesa da Assembleia Geral da instituição anfitriã, compunham a mesa da presidência do evento. A Banda Nova prendou então todos os presentes com um pequeno concerto, que incluiu as peças “Enrique López”, de Anton Alcalde, “Asteroid”, de Otto W. Schwarz, e, finalmente, “Summer Fiesta”, de Wim Laseroms. Esta última, uma fantasia num ritmo latino-americano, para além dos instrumentistas, contou com a participação de todos os convidados, fazendo uso dos apitos que a coletividade lhes havia reservado como oferta-surpresa, escondidos previamente sob os centros de mesa. No decurso do concerto, foram ainda apresentados os músicos estreantes que passaram a integrar a banda – Carlos Tomaz (clarinete), Carlos Pereira (saxofone tenor), Rodrigo Marques (percussão), Marco Cruz (tuba) – e os reingressados – Pedro Fernandes (saxofone tenor), Sara Vaz (clarinete), Paulo Neves (trompa) e André Nolasco (trompete). Seguiu-se o almoço, respeitando a ementa tradicional: “Sopa à Banda Nova”, “Arroz à Pinha” e, finalmente, o afamado “Leitão à Bairrada”.

Na alocução proferida, o presidente da direção, Aurélio Carvalho, começou por dizer: “Orgulhamo-nos da vida já longa da nossa coletividade e do que ela nos proporcionou. Como em todas as vidas, nem tudo foi fácil mas também foram muitas as alegrias vividas, como muitos de Vós puderam testemunhar. No nascimento eramos pouco mais de uma dúzia… Eramos poucos mas, tenho a certeza, bons, determinados, daqueles que se batem por uma causa. Hoje, nas nossas fileiras, somos bem mais de 150, distribuídos por várias valências: Academia, Orquestra Juvenil, Grupo Coral e, sobretudo, Banda Nova – a valência artística de origem, aquela que deu nome à nossa coletividade, bem conhecida em terras lusitanas, de norte a sul, mas também além-fronteiras.” Depois de agradecer aos muitos amigos, alguns presentes e outros ausentes, salientou que o momento presente é de mudança: de maestros, de repertórios, na dinâmica da academia e nos meios postos à disposição da coletividade, entre os quais se contam a reformulação profunda da sala de ensaios e a disponibilização de uma tela de projeção de grande dimensão. Nesta tela, instalada no palco do auditório, aliás, recorrendo à transmissão de filmagens em direto, foi possível visionar as condições proporcionadas pela sala intervencionada. “Ainda a propósito das mudanças em curso”, prosseguiu, “posso também anunciar-vos que o ano de 2015 trará um acréscimo significativo no número de serviços contratualizados”, acrescentando que “as atuações em paragens remotas, alternando com outras bandas congéneres, constituem desafios que qualquer músico ambiciona, sendo oportunidades por excelência para exibir o que tão bem sabemos fazer: festa”. O vereador Edson Santos, em representação da Câmara Municipal de Águeda, manifestou o seu apreço pelo novo maestro, Orlando Rocha, dizendo que “a qualidade, o rigor e a mestria com que consegue colocar estes elementos da banda a tocar emocionou-me” e acrescentou “se há coisa que tem de acontecer na próxima semana é o aniversário da Banda Nova ser primeira página dos jornais, por uma razão muito simples: há uma aposta forte na cultura”.

Para encerrar a parte protocolar, o comendador Augusto Gonçalves, presidente da mesa da Assembleia Geral da Banda Nova de Fermentelos, em jeito de reconhecimento ao maestro e professor João Neves, começou por dizer: “ninguém deixa sem dor o que criou com amor. Não foi o criador de raiz da Banda Nova… mas, nos 28 anos e alguns dias de regência artística desta banda, certamente criou muita coisa, com o seu carisma próprio, com a sua forma própria de estar”. E continuou: “Muito amado por muitos, pouco amado por poucos, odiado por nenhuns, foi percorrendo este caminho, num percurso brilhante e que, certamente, jamais se apagará na história desta coletividade. Os 23 anos de permanência, ininterrupta, que tenho de ligação a esta coletividade, permitem-me dizer com mais razão de ser: muitas alegrias, muitas arrelias, muitas emoções, algumas deceções… mas tudo isso o maestro João Neves escreveu nesta brilhante página da Banda Nova”. No decurso desta intervenção, em sinal de público reconhecimento da coletividade, foram içadas duas faixas na fachada frontal do edifício, enumerando os traços de personalidade do maestro que lhe são reconhecidos pelos mais próximos e, sobretudo, agradecendo toda a sua vasta e gloriosa obra legada à “Sua” Banda Nova.

A comemoração, naturalmente, terminou com a incontornável canção de parabéns à coletividade pelos seus 93 anos – uma celebração que perdurará na memória de todos, pela grande participação, pela excelente organização e pela homenagem ao maestro João Neves, entre outras adjetivações que decerto o evento mereceria.

 

Fernando Cozinheiro