Recordações da BF - 3º Capítulo

Encontro entre utilizadores do fórum e criação de uma banda para concerto

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Júlio Ferreira
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Recordações da BF - 3º Capítulo

Mensagem por Júlio Ferreira » 12 fev 2008, 00:37

Um sábado de manhã encontro-me por acaso com Vítor Dias, Salomão Abreu e Afonso Alves e eles informam-me que tínhamos um convite para fazer um concerto em Sintra, mais propriamente em Montelavar. Este seria o nosso 3º CONCERTO e o 1º a sul. Para o fazer, teríamos de fazer a viagem nos nossos carros! Eu disse logo que nem pensar! E porquê? Porque “se conduzir não beba!” Assim não dava, e como sou um verdadeiro filarmónico, uma viagem destas, a seco, nunca!!! Dei a ideia de se alugar um autocarro e o Vítor disse:
- Achas que a malta entra nessa?
E eu:
- Claro que entra! A malta quer é copos e farra!

Porque eu sabia bem do que falava!

Dada toda a informação no fórum sobre este concerto e abertas as inscrições, lá começou a maluqueira total. E não é que enchemos um autocarro de 75 lugares!!!! Tantas caras novas no autocarro e neste concerto!!! Para este concerto, no meu naipe inscreveram-se o João Lopes e o João Belo, como novos elementos, juntando-se a mim, ao Ruca, ao Pinheiro e ao Davide.
Chegado o dia, no local e hora marcados, lá estava o autocarro da mítica Rivieratur à nossa espera. Foi carregar, entrar e andar.
Durante a viagem, as paragens habituais para o pessoal entrar, as bolachas Maria torrada para enganar o estômago e aquele vinhinho do porto de 15 anos que eu levei e não chegou a nada. Neste concerto, para além de muitos filarmónicos e músicos novos, íamos ter um puto do sul pela 1ª vez, que se fartava de mandar uns bitaites no fórum e que dizia que era o maior a tocar bombardino!!! Ia tudo naquela de conhecer o tal puto, e não é que o Vítor Dias me dá o numero dele??? Resolvi ligar-lhe, identificando-me como se fosse o maestro Afonso Alves para o informar que ele tinha de tocar a Fantasia do Minho, que era uma obra que o Nuno Costa ia tocar a solo pela 1ª vez!
Foi a maluqueira total no autocarro, passados alguns minutos ele manda-me uma mensagem a dizer se não podia ser uma gravação a tocar por ele, porque não tinha capacidades para tocar aquilo!!! ”não tinha mas está quase a ter” foi risota total!!! Liguei-lhe e disse-lhe que aquilo era uma banda de música e não um circo para ser música gravada. O puto estava mesmo cheio de medo.
Paramos numa estação de serviço para o reencontro do pessoal que faltava e contamos ao Afonso Alves a história do telefonema, e ele não fez mais que entrar na onda.
Neste concerto aconteceu de tudo mesmo!
Saímos cedo mas chegamos tarde e, mal saído do autocarro, dei os bons dias a toda a gente: “bom dia GAJADA”, maluqueira total, porque a palavra gaja tinha dado uma confusão terrível com um gajo de Lisboa no fórum, dias antes.
Fomos conhecer o puto. Ele nem falava, com o medo que estava de ter de tocar a obra sem ser capaz e nem sabia quem era o maestro para falar com ele.
Não fomos logo ensaiar, porque 1º tivemos um visita guiada às instalações da banda que nos recebeu, e recebeu bem! Logo de seguida, apresentação dos caloiros e, quando chegou a vez do tal puto e ouviu-se “Dário!”, foi maluqueira total, toda a gente de pé a bater palmas ao puto.
Segue-se o ensaio e muito pouco tempo para ensaiar como sempre! E nem o material todo tínhamos! Neste concerto era a 1ª vez que o Nuno Costa ia tocar a “Fantasia do Minho” em público com a BF, e era a 1ª vez do “Mais alto e Mais Longe”. Duas obras difíceis e, pior que isso, tínhamos de fazer o concerto muito cedo, porque o maestro Afonso Alves tinha serviço com a banda dele naquele dia à noite.
Durante o ensaio o Vítor Dias lá foi massacrando o Miguel Pedruco dizendo que ele não se podia ouvir, tal era a desafinação do sax soprano!!! Tivemos que acabar o curto e rápido ensaio que estávamos a fazer para ir ouvir um fulano, a falar nem sei bem de quê! Mas era praxe da BF estar até tardíssimo sem almoçar (e precisávamos daquele tempo para ensaiar) mas estava-se sempre bem. Mas, como saber ouvir os outros é uma virtude, lá estivemos, contrariados, mas estivemos. Muito me ri neste tempo com o meu amigo Humberto!
Almoço e copada a andar, como sempre. Aqui já se trocou umas impressões com a caloirada, segue-se café e uma garrafita de whisky na mesa para nós nos entretermos. (aquilo é que foi um trabalho!!!).
Enquanto a malta se vestia para o concerto, eu lá ia vendendo umas t-shirts.
Antes do nosso concerto, estivemos a ouvir,
um declamador de poemas acompanhado ao piano, que foi bem aplaudido quando disse:
- Vou dedicar o próximo poema aos meus amigos músicos! “Apanhei uma bebedeira na taberna da vida”

O que é que ele estava a insinuar? Que os músicos são todos bêbados?

Outro momento alto foi num poema de José Carlos Ary dos Santos: “e se o prato, for um prato e ##palavrão##!” maluqueira mesmo! O pessoal tratou logo de juntar as duas frases dos dois poemas: “Apanhei uma bebederia na taberna da vida e comi um prato de ##palavrão##!”

Não sei se foi por causa disto, ou não, sei é que tudo o que executamos foi fraquito e pior ainda, foi a nossa amiga Sílvia, (que bonita que ela estava nesse dia), cantar a “Rua do Capelão” em 35 tonalidades diferentes (e não acertou em nenhuma mas cantou!)
O concerto, tenho de ser sincero, foi um bocadito fraco porque:
- A banda passou de 55 elementos a 85: era a 1ª vez com tanto pessoal novo
- O ensaio foi pequeno e muito pouco produtivo
- O reportório já tinha um grau de dificuldade elevado
- O Dário, em vez de tocar, estava pasmado a olhar para aquela malta toda! Naquele concerto não deu uma única nota mas, como acreditamos na qualidade dos filarmónicos e músicos e no estudo de casa, fez-se música!
Logo de seguida foram as praxes. O puto foi praxado sei lá quantas vezes e foi a partir daí que ficou a ser o eterno caloiro da BF.
Não sei se foi por causa das praxes ou não, o que é certo é que foram muitos músicos nesse dia que nunca mais puseram os pés na BF.

Regresso a casa!!!
Poucos quilómetros depois o autocarro avariou!!!
Mas, mesmo avariado, lá conseguiu chegar a uma estação de serviço.
Foi maluqueira total, enquanto esperamos por um outro que nos viesse buscar.
Como a fome apertava, entramos no McDonalds e diz o grande amigo Humberto:
- Ó chefe, ponha aí as batatas a fritar que vem aí um camião de gente esfomeada!

Era quem mais comia comida insuflável!
Enquanto aguardávamos pelo autocarro lá íamos fazendo umas brincadeiras. Era quem mais tirava fotos, tínhamos que passar o tempo de qualquer maneira, e como estava frio, lá teve de ser.
Chegado o autocarro carregamos e arrancamos, mas também por pouco tempo, porque os motoristas tinham de parar para jantar. Paramos num local conhecido por eles, onde eu tirei uma foto num daqueles carrinhos de parque das crianças!
Bem! Há que aproveitar o local, comer algo porreiro e tomar mais um copito, porque era o local ideal para o mesmo, visto que eu não tinha comido comida insuflável! Chegada a hora marcada, arrancamos com destino a norte, o motorista mete um DVD dos Xutos & Pontapés e, como já vínhamos bem aviados, aquilo é que foi cantar e dançar.
Foi a partir deste dia que eu comecei a perceber bem a essência do que era a BF e o porquê de aquela gente toda sair de suas casas bem cedo, deixar a família para ir tocar musica a troco de nada só mesmo pela amizade.
Foi neste mesmo dia que eu disse ao Pinheiro:
- Esta malta merece algo em grande! Vou arranjar um concerto numa sala grande deste país!
Chegados ao destino, cada qual foi para seu lado, com a mesma alegria dos outros concertos e a mesma vontade de realizar o próximo.
Júlio Ferreira

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Paulo Tomé
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Mensagem por Paulo Tomé » 12 fev 2008, 16:04

Para mim este foi até agora o melhor capítulo escrito, pela descrição com muito pormenor e muito engraçada.

Estas de parabéns Júlio continua que há-de aparecer um livro entitulado "EU JÚLIO..."


:lol: :lol: :lol: só na brinca :lol: :lol: :lol:
:oops: :oops:
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Luís Almeida
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Mensagem por Luís Almeida » 12 fev 2008, 19:44

Paulo Tomé Escreveu: Estas de parabéns Júlio continua que há-de aparecer um livro entitulado "EU JÚLIO..."
Essa foi porreira
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Mensagem por Andreia Lemos » 13 fev 2008, 15:01

Espectacular!
Esqueceste-te da praxe do Dário, que foi fazer por mímica uma sandes de presunto!
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Dário Nascimento
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Re: Recordações da BF - 3º Capítulo

Mensagem por Dário Nascimento » 13 fev 2008, 16:06

íamos ter um puto do sul pela 1ª vez, que se fartava de mandar uns bitaites no fórum e que dizia que era o maior a tocar bombardino!!!

:lol: :lol: :lol: Ainda me às de dizer quando é que eu disse que eu era o maior/melhor a tocar bombardino... looool Quem ler isso até fica a pensar coisas de mim...


”não tinha mas está quase a ter” :shock: :shock: :shock:
Essas aspas ai tão mal postas! Eu não disse isso! :? :?

Ele nem falava, com o medo que estava de ter de tocar a obra sem ser capaz e nem sabia quem era o maestro para falar com ele.
:lol: :lol: :lol: :lol: :lol: Ainda tu não apanhaste quando eu disse: Você é que é o Afonso Alves? :lol: :lol: :lol: Ele: Sou porque? Eu: Aquilo de ir tocar a Fantasia do Minho sempre é verdade? :? :? :? E o maestro para ajudar à festa ainda foi dizer que sim! :lol: :lol:


- O Dário, em vez de tocar, estava pasmado a olhar para aquela malta toda! Naquele concerto não deu uma única nota mas, como acreditamos na qualidade dos filarmónicos e músicos e no estudo de casa, fez-se música!

Eu tocava à só 1 ano, mas tasse... :lol: :lol: Dei um passo maior que a perna, mas valeu a experiência...


Apesar de saber que não sabia tocar, valeu o convívio apesar de ter estado muito receoso por não conhecer ninguém...

Mas valeu

:wink: Venham mais concertos :wink:

Puto??? :evil: :evil: :evil: 15 Anos, mas tasse... Já vou a caminho dos 17 :roll: :roll: :roll: De eterno caloiro já me livrei, já era sem tempo... Quanto aos posts, pouco posto desde do ultimo concerto, e assim vou continuar :wink:
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Angela Gonçalves
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Mensagem por Angela Gonçalves » 14 fev 2008, 02:36

E se alguém se tivesse lembrado de mim que estava no sul a praxe do Dário era ainda pior.... Assim que ele lá chegasse ia logo estudar escalas....

Começava logo com uma simples Si # Maior e depois podia continuar com a de Mi# Maior....

Parecem-me duas boas escalas...

Haviam de ter visto o ar de panico dele...

-Angela, Angela, sabes se o Nuno Costa vem????? Sabes se ele está doente????

Eu claro que respondi que não fazia a minima né???

E ele desapareceu....

Mas o ar apavorado dele LOOOL :lol:
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Dário Nascimento
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Re: Recordações da BF - 3º Capítulo

Mensagem por Dário Nascimento » 15 fev 2008, 19:21

Dário Nascimento Escreveu:Quanto aos posts, pouco posto desde do ultimo concerto, e assim vou continuar :wink:
Só para esclarecer, pouco posto desde do ultimo concerto porque não tenho tempo, não por ter ficado ofendido por algo...

:wink: :wink: :wink:

Ah ganda julio! Tás um escritor do ******** :lol: :lol: :lol:
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