Queria partilhar convosco a minha tarde de hoje
Estava no e-mail em conversações com a Câmara para a impressão dos restantes cartazes e dos programas. Entretanto liguei para o Vitor por causa de um assunto especifico. Para meter as ideias em ordem e descansar, fui a casa buscar a prancha para aproveitar o final de tarde nos mares da Ericeira.
Cheguei à Ericeira, o mar estava fraco e como tinha os cartazes da Banda Fórum na caixa da mota, então fui para a Ericeira afixar cartazes.
Estava eu a desenrolar a fita cola para afixar o cartaz quando uma senhora com os seus 30 e picos anos me pergunta:
Senhora: - Você fala português?
Eu: - Falo porque?
Senh: Porque você tem cara de estrangeiro
- Não, sou português, vivo aqui perto.
Senhora: Eu sou jornalista da Rádio Clube de Mafra, posso fazer-lhe uma entrevista sobre a recessão económica do nosso país?
-Claro!
Lá expus a minha ideia de que a imprensa não deveria dar tanto pessimismo à população e que não é preciso falar da crise, é preciso trabalhar e esforçarmos-nos no nosso dia a dia para a combater. Falou-me do que as pessoas da minha idade (18 - 19
) acham, etc etc, eu respondi a tudo. (muito provavelmente foi a entrevista "choque" que ela teve porque deve bater errado com o que a população costuma gostar de responder)
- Acha-se optimista?
- Não, eu apenas acredito que com esforço tudo se consegue. Exemplo disso é o facto de estar a afixar este cartaz, cujo publica um concerto que estou a organizar em Mafra (Thinking: Deixa cá puxar a brasa para a minha sardinha
)
- E não avisa a RCM deste concerto?
- Por acaso pus a carta no correio hoje de manhã
Falei do nosso projecto, a passagem pelo Europarque, etc etc, disse que eramos dirigidos pelo maestro e compositor Afonso Alves, muito reconhecido no meio filarmónico.
- Como é que o projecto surgiu?
- Nós conversamos no fórum do site:
www.bandafilarmonicas.com onde dois colegas, curiosamente de Lisboa e Porto, um rapaz chamado António Pinheiro e uma rapariga chamada Angela
(
ter o gravador à frente sem se esperar é complicado) pensaram em organizar um concerto, etc etc que foi um sucesso, etc.
- Contamos com 76 músicos, quase as dimensões de uma banda militar, para o concerto em Mafra, no auditório Beatriz Costa às 16h30m.
Entrevistadora: oh, o concerto não é ao ar livre?
- Não, preferimos o auditório de Mafra por condições de acústica. Para algumas obras, como poemas sinfónicos, é necessária acústica. Dou-lhe o exemplo de uma obra em que usamos os pés e os instrumentos para imitar o mar, de nome arquipélago.
- Posso-lhe levantar um pouco o véu: ao contrário de todas as bandas filarmónicas, nós não vamos começar o concerto sentados em palco e contamos com uma fadista que trabalha connosco à anos (
dá outro aspecto) e um repertório muito vanguardista.
Falei da falta de reconhecimento que as filarmónicas têm, etc
Bem, eu depois peço a copia da entrevista
De chorar a rir!
Quando ela desligou o gravador: olha, não queres vir trabalhar para a imprensa?
Nãoo, não mesmo
Só visto mesmo, entrevistar um afixador de cartazes pode resolvar numa entrevista que ela intitulou de "excelente" e no anúncio de um concerto