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19 de Outubro, 2025

Entrevista com Francisco Sousa

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Estar a 200 Km do litoral tem realmente inúmeras desvantagens na área da música. Tem lacunas que serão, provavelmente durante muitos anos, difíceis de colmatar. Queixam-se as Bandas do Litoral, que não recebem apoios suficientes para a sua manutenção, nem das entidades locais, nem do governo e muitas vezes nem das populações que, embora gostem de as ter, nem sempre lhes atribuem o reconhecimento que estas merecem. E quanto a colaborações de ordem financeira então nem falemos... Nós confirmamos que na verdade estas situações acontecem no litoral. Porém, no litoral não se podem queixar as nossas Bandas, nem os nossos músicos, de falta de escolas onde possam aprender e desenvolver a arte da música. Existem inúmeras á disposição e algumas com ensino gratuíto. Academias, Conservatórios, Escolas Profissionais, Universidades, Politécnicos, Escolas de ensino privadas quer de iniciação quer complementar e também superior e, em quantidade. Todos estes meios se encontram no Litoral. Pelo menos nesta vertente as nossas Bandas não se podem queixar. Mas apesar deles, existem níveis artísticos muito diversos. Para o interior, a 200 Km e mais, ou a 3h de viagem, com o mesmo se não maior, problema da falta de apoios financeiros, acrescentando ainda a ausência de infra-estruturas de apoio ao ensino da música, que podemos esperar do “produto” final de uma Banda Filarmónica? Ou melhor: como consegue sobreviver uma Banda Filarmónica nestas circunstâncias? Se o trabalho que lhes é exigido, maioritariamente, são arruadas, procissões e animação do arraial com repertório popular, salvo uma ou outra excepção, que níveis artísticos poderão conseguir estes verdadeiros mártires do sistema? Da próxima vez que ouvirmos uma Banda do interior talvez possamos reflectir sobre se conseguiríamos fazer melhor - se o seu trabalho não é gigantesco - considerando as condições em que desenvolvem a sua actividade. Francisco Clemente de Sousa, mostra-nos, nesta entrevista, um pouco desta realidade, com a sua vivência como director artístico da Banda Municipal de Valpaços.