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Tal como anunciamos oportunamente, realizamos, no passado dia 16 (Sábado), nas novas instalações do nosso parceiro Cardoso & Conceição um FÓRUM ao vivo com o objectivo de dissecar um dos temas mais “quentes” do momento, isto é, o 1º Concurso de Bandas da Cidade de Aveiro. Apesar de alguma celeuma que o assunto tem provocado no nosso FORUM de discussão e apesar do interesse que o mesmo tem despertado, nem assim o convite que endereçamos a todos os interessados parece ter tido suficiente eco, dando assim, de algum modo, razão a quem defende que “na hora de dar a cara” nem toda a gente tem a mesma coragem. Coragem foi o que não faltou à FAMDA que não se escusou a estar presente e prestou todos os esclarecimentos a quem pretendeu obte-los. Apresentamos, de seguida, de forma muito resumida, algumas das questões debatidas: Presentes: Dr. Nuno Silva – Presidente FAMDA (P. F.) Dra. Vera - Acessora jurídica FAMDA Bruno – Secretário executivo FAMDA Pergunta: Qual o principal objectivo do concurso? P. F.: A promoção das Bandas. Pergunta: Qual a motivação das Bandas que estão sorteadas? P. F.: As Bandas estão muito motivadas. Pergunta: Têm havido algumas críticas quanto à transparência do concurso, nomeadamente no que se refere à sua divulgação… P. F.: Todas as Bandas que não tiveram medo de concorrer estavam perfeitamente esclarecidas de como se passaria o concurso. Foi tudo feito de forma muito clara Pergunta: Parece-nos haver uma grande disparidade artística entre as Bandas sorteadas. Se, como diz, “as bandas estão todas muito motivadas” e sabendo que existe entre elas, no nosso ponto de vista, acentuada disparidade artística, que estímulo terão aquelas (aquele pequeno leque) que são consideradas favoritas? P. F.: Eu não considero que haja alguma favorita. Estamos muitos agarrados ao que é tradição. As Bandas preparam-se, tradicionalmente, para fazer 20 festas com um enorme repertório. Para este concurso as Bandas vão ter de preparar duas obras. E eventualmente vão-se reforçar com 2 ou 3 músicos. Está previsto no regulamento. Ainda está disponível online no site da federação. Pergunta: Qual o número de elementos que as bandas poderão apresentar? P. F.: Está previsto nos regulamentos que a Banda pode inscrever de 50 a 75 músicos. Pergunta: Sendo o limite 75 músicos, as Bandas que apresentaram 50 músicos podem acrescentar agora mais 25? P. F.: Podem. Pelo regulamento podem. Não cremos porém que possa acontecer uma coisa dessas mas posso dizer que se acontecer será a coisa mais normal. Vejam: no certame internacional de Valência, que aconteceu nas duas semanas anteriores, na banda que ganhou na CLASSE DE HONRA, - até 120 músicos - (Banda primitiva de Líria) metade praticamente não é de lá, de Líria. Penso que essa é uma situação normal. Não acredito que cá em Portugal, pelo facto de uma Banda ir buscar 3, 4, 5 ou 10 músicos possa fazer um trabalho completamente diferente. Há Bandas que disseram que se recusariam a reforçarem-se. Se calhar até de nível artístico, teoricamente, mais baixo, com menos recursos. Estas Bandas irão apresentar-se de uma forma completamente diferente. Fazer um concerto com duas obras é diferente de preparar uma época inteira. Pergunta: Ou seja, uma banda pode alterar-se em 50%. Isso é significativo! P. F.: É. Pergunta: Se a banda pode incrementar mais 50 músicos introduz-se maior competitividade, certo?. P. F.: A intenção é exactamente gerar esta pequena controvérsia. O que eu venho a dizer já desde o início é que não é liquido que as Bandas mais conhecidas se apresentem melhor no dia. A possibilidade de as Bandas poderem ainda inscrever alguns elementos, e não estamos a falar em 25 porque a maioria das Banda inscreveu mais de 50 músicos, esta possibilidade vem baralhar alguma coisa, embora eu ache que isso não é suficiente. Acho, por outro lado, que é completamente diferente preparar em 2 meses e meio uma banda para um concurso do que preparar um repertório para uma época… Pergunta: Sendo assim o concurso não vai reflectir a realidade das Bandas! P. F.: Vai. (…) Pergunta: Vejamos, se uma Banda se reforça em 50% que imagem reflecte? P. F.: Eu tenho aí uma ideia muito clara! Não vale a pena sermos aqui grandes teóricos a dizer que temos de mostrar aquilo que somos. Nós sabemos que uma banda quando vai fazer uma gravação, quando tem uma apresentação muito importante se reforça, com 3 com 5 as vezes com 10…. Pergunta: Se uma Banda se quiser promover e contratar duas dúzias de músicos profissionais essa banda tem grandes probabilidades de ganhar o concurso... P. F.: Estão todas no mesmo direito. As outras podem fazer o mesmo. Pergunta: Mas essa circunstância não reflecte a realidade da Banda. Assim como uma gravação não reflecte a realidade da Banda, neste concurso pode acontecer a mesma coisa. Talvez, se ficasse claro que a possibilidade de aumento fosse pequena, se conseguisse reflectir um pouco melhor a realidade. P. F.: Nós temos que nos começar a habituar a estas coisas. Nós não temos um cartão de músico a dizer que este músico pertence a esta Banda e não pode tocar naquela! Pergunta: Para o concurso espelhar a realidade das Bandas, estas deveriam inscrever o seu quadro… P. F.: Mas o concurso não diz lá “concurso nacional de Bandas que espelhe a realidade das Bandas”! É um Concurso Nacional de Bandas para elas se prepararem o melhor possível e se apresentarem o melhor possível. Pergunta: Será então que esta questão é falaciosa logo de início? Estamos a falar de um concurso de Bandas. Quando as Bandas se inscrevem num concurso, podem desde logo fazer jogo menos limpo inscrevendo à partida músicos que não integram o seu quadro habitual…! P. F.: Essa é uma falsa questão. Todos sabemos que elas se reforçam. Isso introduz competitividade, faz com que os músicos rodem pelas bandas, aprendam alguma coisa, troquem experiências, e isso não é mau. Pergunta: Ainda temos outro detalhe que pode influenciar o quadro das Bandas que vão a concurso, que é o potencial económico de cada uma. Se partirmos do princípio que uma banda tem de pagar aos músicos que vai contratar, as Bandas que tiverem maior potencial económico podem contratar os melhores profissionais… P. F.: E não é isso que acontece todos os dias? EM TEMPO: Contactados pela FAMDA após a realização do FORUM, fomos informados de que, na realidade, de acordo com o n.º 12 do Anexo II do “Regulamento de Admissão e Sorteio das Bandas a Concurso”, as bandas não poderão inscrever mais nenhum músico, a não ser em substituição de outro e por motivo devidamente justificado. Pelo facto, e pela discussão inócua entretanto gerada, a FAMDA pede desculpa a todos os participantes. Pergunta: Uma vez que concorreram 24 Bandas, não se justificaria fazer-se pré-eleminatórias? P. F.: Não tivemos tempo para isso. Pergunta: Como será apresentada a classificação? P. F.: Serão anunciadas apenas as 3 primeiras classificadas. O FORUM prolongou-se ainda durante mais algum tempo, tendo sido ainda discutido o também polémico “Concurso de Composição”, ganho, como se sabe, pelo Prof. António Ribeiro com a obra “As Montanhas do Mónaco”. Dessa discussão vos daremos também nota oportunamente.