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II Edição do filarmonia ao mais alto nível
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Memorável! Se apenas uma palavra tivesse que ser escolhida para retratar o que se passou, no passado Domingo, no Europarque, talvez essa fosse a melhor opção. Não que o termo “memorável” encerre, em si, o muito que se passou. As palavras, todas elas e combinadas das mais diversas formas, não seriam nunca suficientes para ilustrar a grandiosidade do momento, da organização, da excelência da prestação das bandas envolvidas e da arrasadora adesão por parte do público que encheu o europarque, feito só ao alcance de artistas de projecção galáctica. Que me lembre, só aquando do concerto de aniversário da Banda Fórum vi o europarque cheio para ouvir uma banda filarmónica. Mas o termo memorável ajusta-se, na sua simplicidade, a muitos contextos e realidades próprias da tarde do dia 17. A II Edição do Filarmonia ao mais alto nível jamais será olvidada por cada uma das bandas participantes e será, seguramente, acrescentado ao riquíssimo historial de cada uma delas como um dos momentos mais altos – senão mesmo “o mais alto” – da sua existência. Individualmente, era perceptível no rosto, na expressão e na atitude de muitos músicos que passaram pelo palco, que aquele momento significará muito nas suas carreiras, como músicos e como homens e mulheres. Para o público (que, na sua esmagadora maioria não arredou pé, apesar das várias horas que durou o festival) este será também um dia inesquecível. Pela excelência da sala, pela qualidade do espectáculo proporcionado, pela inovação que algumas bandas introduziram e, enfim, pela percepção de que as nossas bandas são, efectivamente, capazes de espectáculos de altíssimo nível, não apenas no seu “habitat natural” mas também em grandes palcos. Não me deterei sobre o espectáculo proporcionado pelas bandas de Espinho, Lalim, Nespereira e Vizela. Foram, cada qual à sua maneira, verdadeiras delícias para qualquer filarmónico que se preze, mas a minha opinião pessoal, sempre subjectiva, poderia introduzir injustiças de avaliação que não são compatíveis com o espírito que presidiu à redacção destas linhas. Além do mais, o painel de comentadores (composto, pasme-se, por 16 figuras prestigiadíssimas) estará muito mais legitimado para esse tipo de avaliações que, a seu tempo, aqui serão publicadas. Ainda antes das bandas actuarem, o “Artbrass Ensemble”, grupo de trompetes da classe do Prof. Kevin Waldrom, pré-aqueceu a plateia com uma fantástica demonstração de poder e vigor, justificando as críticas elogiosas que tem recebido mesmo além-fronteiras. E, claro, uma palavra de apreço, também, para a Banda Feminina que encerrou o festival da melhor forma, não só pela alegria contagiante que a escolha do reportório ligeiro permitiu, mas pela forma simultaneamente audaz, humilde, bela e sensual como se apresentou. Para a empresa que promoveu este festival, a Cardoso & Conceição, a organização de um evento desta natureza envolve custos inimagináveis, que vão muito para além do aluguer do espaço ou satisfação de necessidades logísticas. A edição e distribuição (gratuita) de uma revista especificamente orientada para o festival (excelente revista, acrescente-se) é apontada como um custo que passa despercebido ao comum espectador. Desse modo, ao contrário do que muitos poderão supor, não se retiram dividendos económicos directos destas organizações. Porém, a sagacidade e visão de Mário Cardoso, aliadas à sua grande paixão pelas bandas permitem-lhe ver muito mais longe que os demais. Este tipo de realizações promove as nossas bandas, catapulta-as para outra dimensão, dá-lhes prestígio, estimula o seu desenvolvimento. Com o desenvolvimento do meio filarmónico todos os agentes envolvidos saem a ganhar. No Domingo, 4 bandas (ás quais se juntou a banda feminina) estiveram no grande auditório do Europarque. Muito em breve serão outras tantas, porque o Filarmonia ao mais alto nível é um caso extraordinário de sucesso que se irá repetir… em breve!