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Falar com o jovem Maestro André Granjo sobre música, bandas filarmónicas ou militares, orquestras, organizações musicais, direcção artística, sistemas de ensino, repertório, compositores, história, ou... qualquer tema deste universo musical, é nunca mais acabar a conversa. Não há pergunta sem resposta. A argumentação está sempre “na ponta da língua”. Mesmo nas questões mais sensíveis fala sem medo de contestação. Quando lhe perguntamos se temos bons músicos nas nossas Filarmónicas ele responde de imediato: - Apesar de tudo sim! E Maestros? - Apesar de tudo não. Mas como conseguir maestros competentes para as Filarmónicas? A resposta é imediata e firme: - Não ganham dinheiro a dirigir as bandas? (..) a maioria (dos maestros) ganha numa banda o correspondente ao salário mínimo, exijo para eles o mesmo que ao honrado funcionário de uma fábrica: competência no trabalho. Porque hão-de ser diferentes? O que é música de qualidade? “Música de qualidade é aquela que tem uma mensagem individual ou colectiva a transmitir, que tem uma ideia musical original (ainda que não tenha necessariamente que ser revolucionária) e que tem uma estrutura formal coerente apoiada numa orquestração rica e elaborada mas funcional do ponto de vista idiomático. “Escrever pela enésima vez uma obra que cheira a “Ross Roy” ou a bandas sonoras de filmes é tão só mostrar a incapacidade de se ser artisticamente criativo” Sobre a BSP: “Banda Sinfónica Portuguesa é um projecto extraordinário, de grande qualidade artística, e que tem também permitido a vinda a Portugal de maestros fabulosos e a prática musical de repertório de referência, coisa que algumas das nossas Bandas Militares (..) Qual é a orquestra do futuro? A Banda ou a Orquestra Sinfónica? “A orquestra sinfónica é sobretudo um instrumento do passado, porque..” Uma entrevista polémica mas muito interessante. Recomenda-se vivamente. ( ENTREVISTA)