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Numa sociedade cada vez mais industrializada e robotizada em que os meios de comunicação estreitam distâncias e transformam o planeta numa “aldeia global”, paradoxalmente assiste-se a uma certa apatia e conformismo com a pressão, quantas vezes desapropriada, dos poderes que, pensamos nós, nos transcendem. Ignoramos, quantas vezes, que a conjugação de vontades e esforços tem um poder imenso, e preferimos acomodar-nos perante a injustiça a mobilizarmo-nos para a combater. Felizmente, nem todos se acomodam e nós, aproveitando este espaço de comunicação privilegiado, não poderíamos deixar de dar eco ao esforço daqueles quem em prol de todos, lutam contra aquilo a que alguns, com inteira propriedade, apelidam de crime cultural. É que parece ser intenção (infelizmente parece ser bem mais do que isso) do governo português a extinção do ensino especializado da música nos conservatórios. Ou seja, pretende-se a breve trecho extinguir os conservatórios, e não apenas o de Lisboa! Não é o momento para elencar, aqui, as razões porque uma decisão desse tipo constituiria um sério retrocesso e um revés de consequências incalculáveis para a nossa música, para os nossos músicos e para o nosso património cultural. Os conservatórios têm, entre imensas outras virtudes, a grande vantagem de poder ministrar ensino especializado da música a quem – e são muitos milhares – não quer, não pode ou não se sente preparado para rejeitar outras alternativas formativas e profissionais. Se não fossem os conservatórios, eu nunca teria tido a oportunidade de frequentar ensino artístico especializado, e como eu, tantos outros… Vamos calar-nos e acomodar-nos perante este cenário dantesco? Ou vamos mostrar que a música e o músicos, tantas vezes espezinhados e desconsiderados, têm, afinal, uma voz activa e fundamental não apenas naquilo que lhes diz respeito, mas diz respeito – e muito – às gerações futuras, de músicos e de HOMENS?? Temos conhecimento de 2 petições online que visam combater esta iniciativa governamental. A subscrição das mesmas por um número superior a 5 mil assinaturas “obrigará” a Assembleia da república a analisa-las. Mais do que o apelo às 5.000 assinaturas apela-se o nosso leitor a unir-se a esta verdadeira onda solidária que evidenciará a nossa força. As petições podem ser acedidas nos seguintes links: http://www.petitiononline.com/CFEEMP/petition.html http://www.petitiononline.com/prpm/petition.html