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Grande parte daqueles que nos visitam regularmente e que acompanham atentamente eventos como aquele que terá lugar no próximo dia 17 de Fevereiro – a 2ª Edição do “Filarmonia ao mais alto nível” – tenderá, numa análise superficial às bandas intervenientes a acreditar que, de entre todas, a Sociedade Filarmónica de Lalim será talvez a mais modesta e, consequentemente aquela que menores aspirações terá. Tal análise enferma, desde logo, do sempre subjectivo critério de avaliação, potenciado pelo desconhecimento próprio de quem, por muito que goste de bandas filarmónicas, não as pode ouvir todas e em diferentes momentos para ajuizar do seu real valor e evolução. Acresce que muitas vezes são as bandas menos cotadas aquelas que, pela ordem natural das coisas, têm maior margem de progressão e uma motivação inversamente proporcional aos seus pergaminhos, o que as leva a superarem-se e a surpreender mesmo o mais atento dos filarmónicos. A banda de Lalim não se encontra entre o grupo de bandas que a “crítica”, venha ela de onde vier e seja quem for que a personifique, coloca nas chamadas “Bandas de topo”. A sua condição geográfica, conferindo-lhe todas as maleitas geralmente associadas à interioridade, não favorece a sua projecção, não facilita o seu crescimento e não é potenciadora da sua visibilidade e projecção. E é precisamente por tudo isto que estamos em crer que esta poderá ser a banda que mais surpreenderá as muitas centenas que acorrerão ao Europarque no dia 17. Esta banda, símbolo vivo da cultura e tradição da sua terra – da qual não se poderá dissociar – aposta tudo nesta aventura porque sabe que dela nada terá a perder e tudo a ganhar. O seu maestro, Jaime Pedruco, não sendo um maestro jovem é um exemplo para estes na medida em que, ao contrário da acomodação que ainda se vai encontrando por muitos maestros mais carismáticos da nossa praça, continua a investir na sua formação. No próximo dia 17 a Banda de Lalim mostrará, enfim, a um público exigente, porque é que o seu projecto é válido e tem futuro, e será portadora da mensagem e realidade para a qual, aos poucos, todos vamos tomando consciência: A distância entre as nossas bandas é cada vez mais curta.